Welcome To Hell

terça-feira, 31 de julho de 2012

Neo-FHC




Em 1995, ao tomar posse, Fernando Henrique Cardoso(FHC) iniciou uma nova fase na economia brasileira. Convencido de que o Brasil era um país periférico(assim como seu colega Teotônio dos Santos) decidiu abrir o mercado ao neoliberal, caindo, portanto, na mesma sequências de erros que seus compatriotas.

José Maria da Silva Paranhos Junior, mais conhecido como Barão do Rio Branco, no Sec. XIX e começo do Sec. XX iniciou uma nova política diplomática, tirando o Brasil das garras do imperialismo americano e colocando-o como pivô sul-americano. O Barão, em seu tempo, lutou para que o Estado-Nação brasileiro despojasse de segurança autônoma, acordos financeiros com a de factus reciprocidade, poder de barganha perante potências como E.U.A e Grã Bretanha.  FHC, em seus primeiros anos de governo, confundiu os axiomas do barão com sua ingênua acepção de mercado. Os três principais erros que ele veemente cometeu foram: descartar o protecionismo afirmando ser uma política ante desenvolvimento; usar a balança comercial apenas para proteção a inflação; e privatizar sem o mínimo cuidado com a identidade nacional.  Caindo no mesmo erro do General  Castelo Branco(que, por sua vez, tentou seguir o velho Barão), FHC afundou o país em dívidas.

Dados do BACEN dizem que entre 1980-1990 havia 85,9 bilhões de superávit e entre 1990-1994 havia 60,4 bilhões. Após a adoção mercantilista-ingênua do intelectual-sorbonne  o déficit foi para 24,3 bilhões. Já em 1997 com as privatizações de empresas, as remessas de lucro retornavam aos países matrizes – frustrando a política econômica brasileira mais ainda. O Brasil, atolado em dívidas, recorria, frequentemente, aos empréstimos do FMI para quitar dívidas internas e conseguir comprar e vender no mercado de commodities. A OMC foi constantemente procurada pelo Brasil à época a fim de proporcionar políticas antidumping – cujo óbvio motivo dela ser controlada pelo E.U.A , nada adiantou.

A abertura de capital estrangeiro, como reforma financeira, foi um sucesso, porém, para os E.U.A, Inglaterra, Itália, França gerando lucros a investidores estrangeiros e aumentando a dívida interna . Em consonância com a política de subserviência à nação ianque, o Brasil aprova a Lei Geral de Telecomunicações em 1997, vendendo a Telebrás muito abaixo do preço de mercado e ferindo a soberania estatal.

Tornando-se cada vez mais dependente, rasgando os ideais iniciados com a Política Independente do Júlio Prestes  e vendendo o Brasil a quem quisesse pelo preço que quisesse, FHC, não satisfeito, conseguiu endividar o país ainda mais: entre 1995-2000 a dívida interna saltou de 33% do PIB para 55%, enquanto a dívida externa de 148 bilhões em 1994 para 237 bilhões em 1999.

As privatizações além de não compensarem – visto que os cargos de direção e gerencia (melhores remunerados) eram ocupados por pessoas da matriz concretizando a expatriação financeira enquanto que os brasileiros ocupavam posições subservientes que devido à inflação gerada não restava-lhes poder de compra algum. Há os que digam que as privatizações, a longo-prazo, abriram capital, investimento e tecnologia. Discutível. O Brasil não vendeu a Petrobrás  - e  ela dispensa comentários.


O Brasil viu-se todo o trabalho de 1967 a 1994 ir agua abaixo. Se a década anterior tinha sido a década perdida, esta chamar-se-ia a década das trevas. FHC, um desastre a ser esquecido.