"Cantando a vida como o cisne a morte" B.
Economia #1
Notícias do The Times passando pela tela do meu computador...Leio-as avidamente, faminto por informação...
Acabando-as, delicio-me pensando, refletindo sobre dada notícia: "Eiken Batista, the richest man..."
Nessa matéria os jornalistas explicam como ele começou a acumular sua riquesa, estimada em 27 bilhões de dolares, ao longo de seus 53 anos de existência. Uma riquesa muito volumosa por sinal(ele está na revista Forbes como o 27º com o maior patrimônio financeiro), bom,seria isso uma evidência de que o Brasil está saindo de país subdesenvolvido para desenvolvido? Botando brasileiros em reportagens de revistas que valorizam a pessoa pela quantidade de davos que ela possui em sua conta bancária?
Tomando tal reportagem como partida, indago a vocês: o Brasil é um país desenvolvido(ou em desenvolvimento como insistem alguns) por que existem pessoas que andam de Mercedez Bens; Ferraris; Lamborghinis, etc., enquanto ao seu lado pessoas morrem de fome, de sede, de doenças(por não terem dinheiro para bancarem determinado médico ou medicamento)? Keynes explica melhor do que eu. A questão que quero chegar é: pessoas(moral e ética em seu sentido puro, analisada por Platão)
A humanidade hoje em dia vive uma decadência da moral, uma desvalorização dá ética, para se viver no mundo sem nenhuma transgressão desses valores necessita-se quase de uma superação do homem(superhomem de Nietzsche se encaixa aqui), dizer não a coisas que são erradas(e você sabe que elas são erradas) é muito difícil, já dizia Al Pacino em Scent of Woman: "... eu sempre soube qual era o caminho certo, sabe por que nunca o peguei? porque é muito difícil..." Não temos mais um alicerce de valores, hoje em dia, tudo está transfigurado, misturado e invertido.
Pessoa hoje em dia é tratada como mera mercadoria.Só tem valor se ela possuir um cargo altamente remunerado numa grande companhia, se ela trabalhar para um alto escalão do governo, se ela tiver um carro do ano... Que sociedade é essa que criamos? Onde pessoas são medidas por cifras e contas bancárias? Não sou Comunista e nem Anarquista(postarei brevemente explicando o por que de não ser) mas está mais que óbvio que o sistema que Adam Smith criou é falho, ele não leva em consideração a pessoa(com seus sentimentos a priori), e francamente, se vê no cotidiano que isso está longe de ser um sistema perfeito.
Ao meu ver uma sociedade utópica seria aquela em que uma pessoa pudesse sim ter uma Ferrari(por gostar de carros) desde que NINGUÉM passasse fome, NINGUÉM morasse na rua, NINGUÉM fosse analfabeto, NINGUÉM corresse o risco de ser violentado e mais importante: todos tivessem a condição de serem iguais(em todos os sentidos). Um lugar onde tivesse liberdade econômica, porém, que impedisse que uma só pessoa acumula-se em sua conta bancária 30 bilhões de dolares e sua empregada se matando pra poder pagar o aluguel e alimentar seus três filhos.
Acho eu que todos contribuímos para uma sociedade pérfida, malígna, escrota, que é a de hoje em dia, de que maneira? Ao olharmos para uma Ferrari passando na rua logo pensamos: "nossa que carrão, faria de tudo pra conseguir um igual..." Não valorizamos mais o amor, a ética, a moral, a família, livros, Platão, Jesus Cristo, Buda... A sociedade, claro que existem exceções, está PODRE! Está se sustentando em valores mensuráveis e tangíveis.Me preocupa muito o nosso futuro, nossa filosofia transcendente.
Eu acredito no homem(ainda) e tenho esperança que um dia ele refletirá e concordará comigo: EXISTE DINHEIRO DEMAIS NAS MÃOS DE PESSOAS DE MENOS. Quando compartilharmos dessa mesma síntese, aí sim, estaremos voltando a essência, afinal o ser humano sempre volta a sua essência, a história e Deus provam isso.Quando isso acontecer. Aguardem Magnatas sádicos que se comprazem de ver o alheio se depenar para pagar um aluguel enquanto tomam champanhe e caviar...Caronte vos espera com sua barca! Guardem uma moeda!
E voltando a Al Pacino em Advogado do Diabo: " Quem pode dizer que o Sec XX não foi meu?..." eu não posso, Vossa Majestade.