Welcome To Hell

domingo, 25 de julho de 2010

Amor e Desejo

Há diferença entre AMOR e desejo. Não desejamos porque amamos; o desejo torna-nos capazes de amar. É ele que pretendemos realizar por meio da escolha amorosa. Trata-se de uma satisfação imaginária, portanto impossível de ser alcançada.
Assim todo mundo quer gozar com a maior intensidade possível, mas o prazer sexual limita justamente o gozo, por ser finito tanto em intensidade como temporalmente. Já no amor, o desejo cessa de ser autônomo e encarna-se em um outro. Daí a necessária idealização do ser amado, justificando simbolicamente o caráter absoluto assumido pelo outro, e, portanto, sua eleição exclusiva entre todos os seres do mundo. “Ele e mais ninguém”, tal é a lógica do amor. Dentro dessa lógica, o outro justifica todos os SACRIFÍCIOS justamente por sua dignidade ímpar. Ao contrário, na perspectiva do puro desejo, o outro é simplesmente um objeto de GOZO. No amor, o outro é essa alteridade na qual eu desvendo o milagre de uma liberdade que me escapa sempre. Por isso, o amor autêntico é renúncia a qualquer posse do outro. No amor, eu descubro o outro -paradoxalmente- destinado a outras existências. É liberdade e libertação. No limite, o amor implica “superação” do desejo, pois o transcende e conserva, ao mesmo tempo, por meio de um movimento de transfiguração em que a selvageria do desejo ( o gozo a qualquer preço) é mudada pelo apelo da existência do outro como liberdade.
Assim, se o desejo repousa sobretudo no sentimento, o amor conta mais como ATO. O sentimento é passional, ou seja, é um sofrimento, de tal modo que podemos desejar quem não amamos, mas não amar quem não desejamos. Em se tratando, pois, de amor, nada de fatalidade, nada de amor à primeira vista(ISSO NÃO EXISTE MULHERES, VOCÊS ESTÃO SENDO ENGANADAS). Os atos de amor precisam de TEMPO( PRECISAM DE TEMPO!!!!!!) para fluir e construir uma HISTÓRIA(SIM, PRECISA-SE DE UMA HISTÓRIA PARA AMAR) a dois. No limite, o amor é o ato de desvelamento da subjetividade do outro como liberdade e alteridade inultrapassáveis

PS: Nunca digam que amam alguém se realmente não tem certeza daquilo, podem machucar MUITO aquela pessoa.

Um comentário:

  1. Saudações Mario! Cheguei até seu blog através de um post no blog do Bruno - Um capitulo sobre as diferenças (musicais) - a conversa de vocês muito me estimulou... E claro, precisa visitar o seu canto de palavras para ver o que tem a dizer... Gostoi muito deste texto sobre o qual realizo este comentário. Acredito que se as pessoas divessem bem clara a certeza que o amor não é algo efêmero e necessita da concretude que só o tempo pode oferecer, teriamos relacionamentos mais reais e honrosos. Bom, me torno seguidor deste espaço tão agradável... volto mais vezes! abraço

    Gilson Alves
    http://filosofaram.blogspot.com

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