Welcome To Hell

domingo, 10 de julho de 2011

Be Free




O conceito de liberdade, nos tempos modernos, toma ares não antes denominados. O ser libertus, hoje, significa ir ao shopping, ir às lojas, ir ao cinema. O fato do indivíduo dotado de poder intelectual decidir as coisas por ele mesmo, e fazer as coisas por ele mesmo, ganhou a semântica de liberdade.

A pessoa que vai a algum lugar pensando ser livre, na verdade, fora influenciada por algo ou alguém. Exemplo disso: uma mulher decidi ir a uma loja comprar sapatos. Essa atitude, à priori independente, ao ser analisada mais a fundo toma outros ares. Primeiro, a mulher, como ser vivente de um ambiente social, foi influenciada pela propaganda no outdoor enquanto dirigia para o seu trabalho, e , o inconsciente desta, guardou tal informação, esperando o “ativador” –marketing.


Marx em seu “Capital” descreve que vendemos nossa força braçal por um salário, nos tornando, assim, assalariados – diz-se: escravos. À margem da reflexão, e presos à rotina, nossa visão de mundo se limita a passar 8 horas no trabalho contando os segundos para sair dele.
Vivemos, hoje, uma massificação do consumo desenfreado e desinibido: não compramos mais o que necessitamos, mas o que nos apresentam como necessários – em suma: não somos mais independentes.


Os poderosos – conhecedores da estupidez humana – sabem que a massa é alienada ( epistemológico: alheio a algo ) e manipulada, por isso, visando seus interesses, criaram a cultura do substituível – “ora, se queremos dominar-lhes, despejamos lixo irracionais neles”. Assim: “aceitem o produto do mês que oferecemos e corram às prateleiras para comprarem; aceitem o salário miserável que lhe pagamos; aceitem os programas culturais que ofertamos; aceitem o programa do Faustão e a novela das 23 horas, em suma: aceitem viver mediocremente.” O ser alienado não faz a diferença: é substituível.


Platão, em sua República, descreveu uma sociedade perfeita e, nesta, não existia filósofos, poetas ou artistas, visto que estes poderiam fazer o que é deveras temido em um estado: excitar o raciocínio. Francis Bacon estava certo ao descrever em Atlântida: o conhecimento é poder. Pena que este, ainda, paira em mãos erradas.

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